Cada tipo de lixo tem sua cor. Sabe distinguir.

Você já deve ter se deparado com uma situação na hora de colocar um objeto no lixo. Ou seja, várias lixeiras e cada uma com uma cor. Claro que quando elas trazem a orientação de qual tipo de resíduo deve ser depositado ali, ok, fica fácil! Mas e quando não tem a referência? Como proceder?

Nós da Ecosul preparamos um conteúdo que vai facilitar a sua vida e ainda por cima você vai contribuir para um planeta sustentável! Basicamente as cores são divididas da seguinte maneira:

  • Azul: papel e papelão.
  • Vermelho: plástico.
  • Verde: vidro.
  • Amarelo: metal.
  • Laranja: resíduos perigosos.
  • Roxo: resíduos radioativos.
  • Marrom: resíduos orgânicos.
  • Cinza: resíduos não recicláveis, misturados ou contaminados.

 

No entanto, as lixeiras mais comuns, aquelas que mais são encontradas em lugares públicos são: as de papel, plástico, vidro e metal. Saiba quais itens podem ser colocados em cada uma delas e veja dicas para facilitar o trabalho dos recicladores:

Papel e papelão (Azul)

  • Itens:jornais, revistas, impressos em geral; caixas de papelão e embalagens longa-vida.

Plástico (Vermelho)

  • Itens:garrafas, embalagens de produtos de limpeza; potes de cremes e xampus; tubos e canos; brinquedos; sacos, sacolas e saquinhos de leite; papeis plastificados, metalizados ou parafinados, como embalagens de biscoito.
  • Dicas:lave-os com água de reuso para que não sobrem restos dos produtos, principalmente no caso de detergentes e xampus, que podem dificultar a triagem e o aproveitamento do material. No caso de embalagens com tampas, retire-as.

Vidro (Verde)

  • Itens:frascos, garrafas; vidros de conserva.
  • Dica:lave-os com água de reuso e retire as tampas.

Metal (Amarelo)

  • Itens:latinhas de cerveja, refrigerante e sucos; esquadrias e molduras de quadros.
  • Dica:latas devem ser amassadas ou prensadas para facilitar o armazenamento.

Por que as cores da coleta seletiva são importantes?

As cores da coleta seletiva são ferramentas importantes porque permitem que os resíduos sejam separados em categorias, o que facilita muito na hora da reciclagem ou destinação correta de itens que não podem ser reciclados.

Os resíduos que não são reutilizados ou reciclados, ou melhor dizendo, o rejeito, acaba indo parar em aterros. Os rejeitos que são destinados incorretamente, por outro lado, vão parar nas ruas, valas e lixões, causando significativa poluição, principalmente a poluição do solo e da água, e aumentando o risco de enchentes.

Os resíduos e rejeitos das ruas, valas e lixões acabam indo parar no mar por meio da lavagem da chuva e de encanamentos de esgoto. Em alguns casos, por meio da ação do vento, até mesmo os resíduos de aterros são transportados e chegam até o oceano, principalmente os resíduos plásticos.

Muita gente tem consciência da importância de realizar a coleta de lixo para reciclagem, porém, o número de lixo reciclado no Brasil ainda é muito pequeno, em relação ao lixo produzido. Aqui, a maior parte do lixo vai parar nos aterros sanitários, que não recebe nenhum tratamento, polui o solo e ainda emite gases prejudiciais à nossa atmosfera, pois diversos materiais lá depositados levam centenas ou milhares de anos para se decompor.

Plástico no Brasil, um dado preocupante

O Brasil, segundo dados do Banco Mundial, é o 4º maior produtor de lixo plástico no mundo, com 11,3 milhões de toneladas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, China e Índia. Desse total, mais de 10,3 milhões de toneladas foram coletadas (91%), mas apenas 145 mil toneladas (1,28%) são efetivamente recicladas, ou seja, reprocessadas na cadeia de produção como produto secundário. Esse é um dos menores índices da pesquisa e bem abaixo da média global de reciclagem plástica, que é de 9%.

Mesmo parcialmente passando por usinas de reciclagem, há perdas na separação de tipos de plásticos (por motivos de serem contaminados, terem multicamadas ou serem de baixo valor). No final, o destino de 7,7 milhões de toneladas de plástico são os aterros sanitários. E outros 2,4 milhões de toneladas de plástico são descartados de forma irregular, sem qualquer tipo de tratamento, em lixões a céu aberto.

O levantamento realizado pelo WWF com base nos dados do Banco do Mundial analisou a relação com o plástico em mais de 200 países, e apontou que o Brasil produz, em média, aproximadamente 1 quilo de lixo plástico por habitante a cada semana.

Biodiversidade

Estima-se que os resíduos plásticos existentes nos solos e rios seja ainda maior do que nos oceanos, impactando a vida de muitos animais e contaminando diversos ecossistemas, abrangendo agora os quatro cantos do mundo – inclusive a Antártida.

“No Brasil, a maior parte do lixo marinho encontrado no litoral é plástico. Nas últimas décadas, o aumento de consumo de pescados aumentou em quase 200%. As pesquisas realizadas no país comprovaram que os frutos do mar têm alto índice de toxinas pesadas geradas a partir do plástico em seu organismo, portanto, há impacto direto dos plásticos na saúde humana. Até as colônias de corais – que são as ‘florestas submarinas’ – estão morrendo. É preciso lembrar que os oceanos são responsáveis por 54,7% de todo o oxigênio da Terra”, afirma Anna Carolina Lobo, Gerente do Programa Mata Atlântica e Marinho do WWF-Brasil.

Criado como uma solução prática para a vida cotidiana e difundido na sociedade a partir da segunda metade do século 20, o plástico há muito vem chamando atenção pela poluição que gera, uma vez que o material, feito principalmente a partir de petróleo e gás, com aditivos químicos, demora aproximadamente 400 anos para se decompor plenamente na natureza.

 Estimativas indicam que, desde 1950, mais de 160 milhões de toneladas de plástico já foram depositadas nos oceanos de todo o mundo. Ainda assim, estudos indicam que a poluição de plástico nos ecossistemas terrestres pode ser pelo menos quatro vezes maior do que nos oceanos. Os principais danos do plástico à natureza podem ser listados como estrangulamento, ingestão e danos ao habitat.

O estrangulamento de animais por pedaços de plástico já foi registrado em mais de 270 espécies animais, incluindo mamíferos, répteis, pássaros e peixes, ocasionando desde lesões agudas e até crônicas, ou mesmo a morte. Esse estrangulamento é hoje uma das maiores ameaças à vida selvagem e conservação da biodiversidade.
 
A ingestão de plástico já foi registrada em mais de 240 espécies. A maior parte dos animais desenvolve úlceras e bloqueios digestivos que resultam em morte, uma vez que o plástico muitas vezes não consegue passar por seu sistema digestivo.

Peso na economia

A poluição por plástico gera mais de US$ 8 bilhões de prejuízo à economia global. Levantamento do PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente –, aponta que os principais setores diretamente afetados são o pesqueiro, comércio marítimo e turismo. Enquanto o lixo plástico nos oceanos prejudica barcos e navios utilizados na pesca e no comércio marítimo, o plástico nas águas vem reduzindo o número de turistas em áreas mais expostas, como Havaí, Ilhas Maldivas e Coréia do Sul.